9.1.08

Tecido

A simplicidade. É assim como estar de pijama num dia que não se sabe se é frio ou quente. Tom amarelo, beiradas rosas, desfiado e nem por isso velho. Na verdade, novo. Novo como o ano, como as sensações e como cada segundo que vou costurando aos meus farrapos meio assim, sem saber.
Eu penso que às vezes é estranho analisar como as pessoas pensam, e o modo como tudo circula num vácuo... ou esteira... (mas essa já é outra história). Estamos todos aqui sem saber. Eu pelo menos estou!
Mas tudo é tão simples. Acordar, estágio, almoço, insinuações, ócio, bebida, computador e infinito... parece que não acaba. Porque toda noite é um começo pra outra coisa, um outro dia e um outro continuar. Eterno. Tão simples quanto puxar o fio! Desfiar!
Fico aqui. A fumar e pensar se vale ou não. Pois, até onde a inteligência se mede? Eu não sei se tudo se mede no fazer ou no desfazer. No construir ou no desconstruir. Sei que as coisas continuam, como numa tecelagem. E num tear, o fazer vale tanto quanto o desfazer!
Apagar o cigarro vale mais que acende-lo?
É tudo simples assim. Fazer e desfazer. Por que alguém faz um pijama de cetim se ele logo logo pode ser desfiado?
...

Hmmm, talvez para que, pelo menos uma vez, seu toque suave possa ser sentido. E, ao menos uma vez, o corpo encoberto possa ser despido!

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