11.11.06


A chuva me fez acreditar que era o certo! Seus toques, silenciosos, ansiosos, supuseram a possibilidade de ir... voar... sumir... E o que pode ser errado quando se sente livre? O que pode ser um sonho, quando se machuca alguém? E machuca-se a si mesmo, frenesi que perfura, que enleva, que sufoca, culpa - anoitece, ainda, no pôr-do-sol!

Os passos de uma dança eterna, pingos que purificavam o pisar incorreto. No som e na mente entorpecida, teus olhos, e os beijos que jamais param. Sem cessar em tentar chegar... sem deixar de caminhar, até o ponto máximo!
Até seu agudo beijo escorrer em mim. Até o fim...

E agora o que sobra é chuva, e não é certo, e ainda faz arrepiar... quarto deserto.

13.10.06

E o meu corpo fingia que seguia por mim. Ele me acompanhava sem relutar, dizendo que sim e acenando a cabeça, minha cabeça, sem cessar. Mas ele de fato queria me ver de longe, iludida e inebriada sem perceber, sem sentir. Porque vontades se ocultavam, porque ele queria me dominar, me usar, meu corpo esperava calar-me, tomar-me.

Unir os corpos é deixar-se. Os corpos que pensem por nós....

Eu cedi. Deixei que ele guiasse, que me guiasse para o seu plano sem fim. Seu apetite carmim. Me entreguei... que me usasse, desfrutasse, entorpecesse. Deixar de pensar é privilégio de poucos.

Que os corpos pensem por nós!!!

9.10.06

Lar doce lar...


Barulhos estranhos no banheiro.... saudades!

Minha casa, com jabuticabeira, com cães, e irmãos e pais. Cheiro de família, de infância; cheiro doce de fermentação, vinho, ruas pequenas.

Como falar e ninguém entender? Como estar longe do que se é, estando dentro do que se foi? Criação, caminho, passado. Passado pra trás. Ultrapassado.

Quero mesmo é voltar pro novo, quero mesmo é me embrenhar nos fios longos dos cabelos de viçosa. Quero estar com quem sou eu, já fiquei muito com quem o criou!

Voltei... sem meias palavras e pulando...

7.9.06

(...) Vontade de saltar de uma ponte, sabe. Se eu me espatifaria no fim ou voaria de lá, não importa. Só pular de uma ponte! (...)
E de repente isso surgiu de mim.... Saíndo de algo e indo pra algum lugar... Incompleto, inacabável... Uma escência de mim! Um pedaço escuro, e tão estranho que não sei se sou eu, ou o outro. "Eu é um outro"...
O frio pra me exorcisar. O frio...

4.9.06


Apenas um sopro de algo que ainda em mim sobrevive. Vontade, só, de sair e ganhar os abismos do mundo, as mais profundas ondas, os mais longínquos medos. Desejos. O sagrado, o profano, o sacrificado. O que é promíscuo. O que é santo. A chama do cigarro. A fumaça do incenso...

Encontrar a mim mesma como um pontinho de luz, uma estrela dançante, um sol que se põe. Crepúsculo.